Projeto do CIBSint Aprovado na Chamada CNPq/MCTI/FNDCT nº 22/2024!
O CIBSint celebra a aprovação preliminar do projeto “Utilizando a estratégia PROTAC para degradar COPZ1 e eliminar seletivamente células de PDAC”, no âmbito do Programa Conhecimento Brasil!
Trata-se de uma proposta importante para o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação, particularmente no campo da oncologia, onde o adenocarcinoma ductal pancreático (PDAC) continua a ser um dos tipos de cancro mais mortais e desafiadores. O desenvolvimento proposto de um novo agente terapêutico direcionado à proteína COPZ1 representa uma inovação crucial, pois aborda diretamente as limitações das terapias atuais, que muitas vezes carecem de seletividade e eficácia, levando a altas taxas de recidiva e mortalidade.
O laboratório de pesquisa brasileiro (Laboratório SINTMOL – CIBSint), localizado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (em Campo Grande, MS), sob a coordenação do Prof. Adilson Beatriz, e no exterior, o laboratório localizado na Universidade Estadual da Dakota do Norte (NDSU), Estados Unidos, sob a coordenação do pesquisador brasileiro Dr. Roberto da Silva Gomes, em colaboração com o grupo do Dr. Eduardo Borges de Melo, da UNIOESTE, em Cascavel (Paraná), que realiza estudos in silico voltados ao planejamento de novos fármacos, com ênfase em estudos de relações quantitativas entre estrutura e atividade (QSAR) e modelagem molecular, formarão uma rede de cooperação dedicada ao desenvolvimento de novos candidatos a fármacos da classe das PROTACs.
O que são PROTACs?
Os PROTACs (sigla para Proteolysis Targeting Chimeras, ou Quimeras de Direcionamento para Proteólise) são pequenas moléculas inovadoras projetadas para destruir proteínas específicas dentro das células. Eles funcionam como “ponteiros” inteligentes que marcam proteínas indesejadas ou prejudiciais para serem eliminadas pelo sistema de reciclagem natural da célula, chamado sistema ubiquitina-proteassoma.1
Essas moléculas têm duas partes principais conectadas por um elo flexível:
- Uma parte que reconhece a proteína alvo, ou seja, a proteína que precisa ser eliminada.
- Outra parte que atrai uma enzima chamada E3 ubiquitina-ligase, que faz parte do sistema de degradação celular.
Quando a PROTAC se liga à proteína alvo e à E3 ligase ao mesmo tempo, ele funciona como uma espécie de “adesivo”, aproximando as duas. Isso faz com que a proteína alvo seja marcada com uma etiqueta especial chamada ubiquitina. Essa marcação sinaliza que a proteína deve ser enviada para o proteassoma, um tipo de “triturador” celular que degrada e recicla proteínas.
Esse processo oferece uma abordagem promissora para tratar doenças como câncer, eliminando proteínas que antes eram difíceis de combater com medicamentos tradicionais. A flexibilidade na escolha das enzimas E3 e o design das PROTACs permite que eles sejam adaptados para diferentes proteínas e condições.
Referência
- Békés, M., Langley, D.R. & Crews, C.M. PROTAC targeted protein degraders: the past is prologue. Nat Rev Drug Discov 21, 181–200 (2022). https://doi.org/10.1038/s41573-021-00371-6
Fonte: Coordenação de Educação e Difusão da CT&I